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terça-feira, 17 de agosto de 2010

A ascensão do governo global no século XXI

O passado sempre tem grandes lições a nos ensinar, seja através de bons ou maus exemplos. Uma breve revisão histórica mostra como os governos plurais e democráticos não suportaram profundas crises quando estas assolaram a sociedade. Deste cenário emergiram líderes carismáticos de regimes autoritários. O panorama mundial do século XXI está construindo as bases para uma centralização do poder em esfera jamais vista na história...



Várias fontes de tensão deverão se agravar ao mesmo tempo nas próximas décadas em todo o mundo, colocando nossos governantes numa situação delicada:
Clima - veja o post "Fins dos Tempos?" sobre esse assunto;
Terrorismo - só tende a se agravar em função do abismo nas relações entre oriente e ocidente;
Economia Globalizada - uma crise em qualquer lugar do globo hoje afeta o mundo inteiro. Se a Europa não socorresse a Grécia, mergulharíamos numa crise pior que a de 2009. Você sabe que os EUA tem uma dívida trilionária financiada pela China? Se a China, por qualquer problema, parar de socorrer financeiramente os EUA, o castelo das economias mundiais desabaria em proporções jamais vistas. 
Conflitos religiosos - só tendem a piorar já que a população muçulmana cresce em taxa muito maior que a de outras culturas em diversos pontos do planeta, gerando conflitos crescentes com as religiões e culturas dominantes desses lugares. Conflitos de menor escala já ocorrem atualmente em vários países da Europa, África e Ásia;
Drogas - Há um envolvimento crescente de classes dominantes na corrupção e consumo de drogas ao redor do mundo. As conexões internacionais dos traficantes tornam esse mais um problema cuja solução também depende de ação global. Cerca de 80% da violência urbana atualmente está ligada às drogas, independente de classe social.
População crescente - até 2050 serão cerca de 9 bilhões de humanos interagindo num planeta pequeno, o que vai intensificar o surgimento de epidemias. O uso indiscriminado de remédios acelerou o surgimento de "super doenças" tornando o tratamento cada vez mais desafiador.

Os governos locais já tem pouca ação individual sobre estes problemas, razão pela qual todos estão projetando a importância dos fóruns internacionais como o G8, G20, etc..
A História mostra que regimes plurais e democráticos conseguem absorver crises até um certo limite: a crise de 1929 pôde ser contornada nos EUA, apesar de alguns anos problemáticos. A crise de 2009, em menor escala, também foi absorvida, pois a sociedade ocidental tinha instrumentos para administrá-la, ainda que com sacrifícios. Entretanto, lidar com múltiplos problemas em intensidade aguda estressam os limites da democracia, tornando-a insustentável. A mesma crise de 1929, que foi contornada nos EUA foi o golpe de misericórdia que arrasou com a República de Weimar na Alemanha, lançando o país em convulsão social. Uma soma de problemas não resolvidos desde a 1a. Guerra Mundial, frustrou a população alemã. Nesse contexto, as forças radicais de esquerda (socialistas) e de direita (nazistas) arrebanharam adeptos e disputaram poder, tendo prevalecido a última, como todos sabemos. Adolf Hitler parecia ser, inicialmente, a solução para reestabilizar a nação, tendo a capacidade de liderança e pulso firme necessários para o momento.
Na época deNapoleão Bonaparte a crise foi impulsionada pela guerra contra as potências européias. Ninguém mais se mostrou capaz como ele em lidar com os problemas internos e externos decorrentes dela, razão pela qual este obteve o apoio necessário para seu golpe de Estado e estabelecimento de um governo autocrático.
O que leva a sociedade a abrir mão de suas liberdades individuais e entregá-las a líderes carismáticos?
Talvez a famosa pirâmide de Maslow forneça uma boa explicação. Em tempos de crise aguda, a democracia se mostra incapaz de solucionar os problemas devido à multiplicidade de opiniões sobre as soluções. As discussões se agravam e o desespero faz com que  muitos tentem impor seus pontos de vista pela força. A população pacífica sente que suas necessidades mais elementares (fisiológicas e de segurança) estão em perigo e torna-se predisposta a grandes concessões em necessidades menos básicas (liberdade de expressão, por exemplo).
Como eu disse, a democracia não sucumbe sob efeito de uma única fonte de tensão. Quando os problemas que eu mencionei antes se tornarem insuperáveis e os povos se frustrarem com a incapacidade de consenso entre os povos pela via democrática, os extremistas se proliferarão trazendo convulsão social. Como nada mais poderá ser resolvido a não ser em esfera global, estará pronto o cenário para o surgimento de um novo "salvador" carismático e "competente" para quem os povos entregaram o governo do mundo.
Para os que acreditam na Bíblia, este governante "competente" que inicialmente seduzirá quase todos com sua capacidade de "lidar" com os problemas do futuro, chama-se "Anti-Cristo".

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