Várias fontes de tensão deverão se agravar ao mesmo tempo nas próximas décadas em todo o mundo, colocando nossos governantes numa situação delicada:
Clima - veja o post "Fins dos Tempos?" sobre esse assunto;
Terrorismo - só tende a se agravar em função do abismo nas relações entre oriente e ocidente;
Economia Globalizada - uma crise em qualquer lugar do globo hoje afeta o mundo inteiro. Se a Europa não socorresse a Grécia, mergulharíamos numa crise pior que a de 2009. Você sabe que os EUA tem uma dívida trilionária financiada pela China? Se a China, por qualquer problema, parar de socorrer financeiramente os EUA, o castelo das economias mundiais desabaria em proporções jamais vistas.
Conflitos religiosos - só tendem a piorar já que a população muçulmana cresce em taxa muito maior que a de outras culturas em diversos pontos do planeta, gerando conflitos crescentes com as religiões e culturas dominantes desses lugares. Conflitos de menor escala já ocorrem atualmente em vários países da Europa, África e Ásia;
Drogas - Há um envolvimento crescente de classes dominantes na corrupção e consumo de drogas ao redor do mundo. As conexões internacionais dos traficantes tornam esse mais um problema cuja solução também depende de ação global. Cerca de 80% da violência urbana atualmente está ligada às drogas, independente de classe social.
População crescente - até 2050 serão cerca de 9 bilhões de humanos interagindo num planeta pequeno, o que vai intensificar o surgimento de epidemias. O uso indiscriminado de remédios acelerou o surgimento de "super doenças" tornando o tratamento cada vez mais desafiador.
A História mostra que regimes plurais e democráticos conseguem absorver crises até um certo limite: a crise de 1929 pôde ser contornada nos EUA, apesar de alguns anos problemáticos. A crise de 2009, em menor escala, também foi absorvida, pois a sociedade ocidental tinha instrumentos para administrá-la, ainda que com sacrifícios. Entretanto, lidar com múltiplos problemas em intensidade aguda estressam os limites da democracia, tornando-a insustentável. A mesma crise de 1929, que foi contornada nos EUA foi o golpe de misericórdia que arrasou com a República de Weimar na Alemanha, lançando o país em convulsão social. Uma soma de problemas não resolvidos desde a 1a. Guerra Mundial, frustrou a população alemã. Nesse contexto, as forças radicais de esquerda (socialistas) e de direita (nazistas) arrebanharam adeptos e disputaram poder, tendo prevalecido a última, como todos sabemos. Adolf Hitler parecia ser, inicialmente, a solução para reestabilizar a nação, tendo a capacidade de liderança e pulso firme necessários para o momento.
Na época deNapoleão Bonaparte a crise foi impulsionada pela guerra contra as potências européias. Ninguém mais se mostrou capaz como ele em lidar com os problemas internos e externos decorrentes dela, razão pela qual este obteve o apoio necessário para seu golpe de Estado e estabelecimento de um governo autocrático.
O que leva a sociedade a abrir mão de suas liberdades individuais e entregá-las a líderes carismáticos?
Talvez a famosa pirâmide de Maslow forneça uma boa explicação. Em tempos de crise aguda, a democracia se mostra incapaz de solucionar os problemas devido à multiplicidade de opiniões sobre as soluções. As discussões se agravam e o desespero faz com que muitos tentem impor seus pontos de vista pela força. A população pacífica sente que suas necessidades mais elementares (fisiológicas e de segurança) estão em perigo e torna-se predisposta a grandes concessões em necessidades menos básicas (liberdade de expressão, por exemplo).
Como eu disse, a democracia não sucumbe sob efeito de uma única fonte de tensão. Quando os problemas que eu mencionei antes se tornarem insuperáveis e os povos se frustrarem com a incapacidade de consenso entre os povos pela via democrática, os extremistas se proliferarão trazendo convulsão social. Como nada mais poderá ser resolvido a não ser em esfera global, estará pronto o cenário para o surgimento de um novo "salvador" carismático e "competente" para quem os povos entregaram o governo do mundo.
Para os que acreditam na Bíblia, este governante "competente" que inicialmente seduzirá quase todos com sua capacidade de "lidar" com os problemas do futuro, chama-se "Anti-Cristo".
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